Dados do Trabalho
Título
Avaliação radioquímica e biológica de peptídeos que interagem com o receptor EGF ou com a Integrina αVβ3. Relevância para o Glioblastoma
Introdução/Justificativa
Radiopeptídeos com alta especificidade para receptores superexpressos em tumores vêm sendo considerados como uma nova geração de biomoléculas ativas por se ligarem à alvos específicos em células tumorais. Neste trabalho, propriedades radioquímicas e biológicas dos [131I]I-EEEEYFELV e [131I]I-GRGDYV, que interagem com o EGFR e com a molécula de integrina, respectivamente, foram determinadas para sua avaliação como potenciais biomarcadores de glioblastoma.
Objetivos
Avaliar a eficiência da radiomarcação de peptídeos com 131I e suas interações com o EGFR ou com a molécula de integrina αvβ3 in vitro e in vivo.
Materiais e Métodos
Os peptídeos foram sintetizados em fase sólida, usando a estratégia Fmoc/tBut, purificados e caracterizados por HPLC. A radioiodinação foi otimizada usando a metodologia cloramina-T. A estabilidade radioquímica, ligação às proteínas séricas e coeficiente de partição foram avaliados. Na área biológica, a ligação e internalização em células C6 e em homogenato cerebral de ratos modelo de glioblastoma, e a biodistribuição ex vivo foram realizadas nos tempos de 15 min, 1 h e 2 h.
Resultados
Os peptídeos foram sintetizados e radiomarcados eficientemente com rendimentos radioquímicos >90% e boa estabilidade. A porcentagem de ligação às proteínas séricas foi de 51,63 ± 6,19% para [131I]I-EEEEYFELV e 34,99 ± 2,07% para [131I]I-GRGDYV. Ambos apresentaram características hidrofílicas (Log P ~-3,0). Após 1 h, a ligação e internalização em células tumorais foram >8% e >40%, respectivamente para o [131I]I-EEEEYFELV. Para [131I]I-GRGDYV, valores >5% e >28% foram obtidos. O ensaio com homogenato cerebral de rato modelo de glioblastoma mostrou, para ambos radiopeptídeos, ligação e internalização >10% e >80%, respectivamente. A biodistribuição mostrou diferenças estatisticamente significativas na captação cerebral dos animais modelo em relação aos controles.
Conclusão
Os radiopeptídeos apresentaram boa interação in vitro com as células C6 de glioblastoma e alta captação in vivo no sítio tumoral. Assim, são potenciais biomarcadores para uso em Medicina Nuclear como radiofármacos para glioblastoma.
Área
Radiofarmácia
Autores
DANIELLE VIEIRA SOBRAL, Lorena Marinelli Mendes, Leonardo Lima Fuscaldi, Fernanda Ferreira Mendonça, Ana Cláudia Ranucci Durante, Ana Cláudia Camargo Miranda, Jorge Mejia, Wagner Ricardo Montor, Marycel Figols de Barbosa, Luciana Malavolta